Existe uma forma de viver pela qual descobri que busco. Hoje imagino que está entre o fazer e o existir. Quando agenda cheia tenho, o pensamento ronda até chegar o objetivo. Depois de concluso, muda. Testa a nova marca prevista a se alcançar para novamente ser arrematado da lista com êxito. Mas entre essas brechas comprometidas a cada dia, existe minha existência, essa essência que se chama vida. Como se pode viver com agenda abarrotada? Essa vivência em pautas é sinônimo de “vida”? Não blefo ao dizer que essa rotina de compromissos fora de hora, encangados uns aos outros me fisga. Porém, chega uma hora que tudo foi feito. É quando acontece. O que fazer com o que já foi feito, já que não tenho previsão de uma nova feitura?! Somar. Subtrair. Dividir. Multiplicar. Saber o resultado. E o mais importante, o que resta. Pronto. Não viro a página. Arranco e arquivo. Não é viver. É sobreviver. Quando sinto-me capaz de ser feliz, qualquer banco de praça deixa-me em casa. Pois. De tudo que me tenho agora, do bem e do mal que experimentei e colhi, aquilo que escolho e acolho é que salta de mim e me descreve por linhas claras e contínuas.