segunda-feira, 29 de novembro de 2010

d'OLHOS SUGADOS.


Sabe porque eu tô assim? Essa é uma fuga. Essa é a minha!
Motivos!? Tenho...
Mas ninguém se interessa pela história dos outros.
Poucas pessoas te ouvem e levam seu problema.
Muitas,
Depois de dizer: "Calma, tudo vai passar.",
Viram as costas e aquilo passa a ser somente
um exemplo na vida delas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Caminhando de Salto Agulha em Cima do Muro.

Antes de,
O pensamento mandar a boca falar,
Meu coração pulsa, e minhas extremidades suam frio.
Minha barriga serve de reserva para borboletas excitadas.
As palavras saem como um atropelo, correm contra o contratempo dos meus anseios.
Olho enche d’água.
Vontade incontrolável de calar.
Pretendo contar um segredo.
Porém,
Preciso de algum descontrole para alterar essa fixa idéia em minha mente,
Presunçosa e pusilânime.
Por vezes,
Não me descontrolo.

Achei que não importaria a ausência de minhas palavras.
Memórias minhas,
Somente e vãs.
Entretanto,
Agora estão pulsando dentro de mim.
Voltando sempre ao mesmo ponto.
Um dia cheia, outro, vazia.
Estou a me perguntar:
Porque não podemos apenas
ser o interesse?
E um nó engasgado fica no meu silêncio.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Estou a balbuciar cacos de mim.


Existe uma lua no céu. Uma areia afável, de aparência crucial.
Olho ao alto e o vento me sopra insensatez. Conversa com meus espectros.
Ensaio passos na terra.
Brinco com felinos sentidos transpostos. Fixando vestígio.
Reservada, esmiuçada. Olhando para trás, observo marcas minhas.
Não me reconheço.
Passos aquém de mim.
Continuo a caminhada e minha pegada umedece a cada ritmo dado.
Deixando-as mais vulneráveis, confusas.
Paro na imensidão azul horizontal.
Finco pés na areia. Infiltra a sedenta energia.
As águas enterram e desvendam o melhor e o pior de mim.
Flutuo com o ar. Aprecio sensações.
Sinto-me acompanhada. Estranho as duas sombras de mim.
Caminhos? Personalidades? Desejos?
Clareia a ambigüidade cedida a cada um.
No não mais presente, poderei escolher uma só sombra,
Mas saberei como é ter duas, e melhor, a escolha não será às cegas.
Meu corpo vai aonde minha mente pensa que está.
Minhas retinas alucinadamente vivas.
Boca involuntária, confidente, faminta.
Solto ao vento murmúrios “intempestados” de mim.
Assim falo a quem ele os levar.
Poderia gritar, mas a quietude me ameniza a ânsia do saber ser.
As respostas não me faltariam, mas é como se me faltassem perguntas à boca...
Não me veja assim! Estou a balbuciar cacos de mim.
Quero apenas libertar-me de serem somente minhas, as parábolas.
Essa carcaça me pesa, mas é a força d’alma que almejo.
Aprendi que ser carnal é ser forte e intenso.
Porém, não é a carne nossa maior fraqueza?
Alma é forte, controla mente, pulsa coração.
Filtro energia então. Sugo pra n’alma não faltar uma garra de luz.
E como regada raiz fincada,
Abdico, transfiro e absorvo.
Agora cá estou lá, e aqui.

sábado, 28 de agosto de 2010

Sumo de Mim.


Brota um riso frouxo de mim. Coração pesa-me no peito. Bate com o derradeiro arquejo. Extenuado, ausente. Sobe uma fervura que me alerta os sentidos. Meu pulso ecoa. Sinto cada pêlo arrepiar. Cada gota secar. Deixando-me d'olhos sugados. Meu sangue borbulha, desvendando pedaços de mim. Espalha-se entre veias. Vaso acumulando nos membros. Percorrendo sensações. Asmático corpo! Respiração suspensa. Meu corpo d'alma lenta. Anestesia nos nervos. Minha atmosfera conspira fora do ritmo. Minha'lma fica fora do andamento. Sou eu que estou fora do tempo, ou tempo está fora de mim? Quietude do corpo. Agonia da idéia. Sugada água. Boca seca. Olhar míope de rubros tons. Vou desvendando meu vazio. Refresca meus órgãos, e registra na mente. Perco o foco no olhar do pensamento. Frio gélido na espinha. Perco forças. Visão turva luta para manter-se focada. Deslembro da palavra. Quando encontro um movimento, facilmente o controle torna-se dele. Repetitivo e constante. Fica difícil lembrar de parar depois do começo. Deslembro sons. Frígida e irreal! Relutância da alma. Amedrontada, arrependida. Saliva salgada sedenta, de realidade.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

.Instantânea Insanidade Insólita

Quando sinto que estou a ser preparada,
Atassalho boca, rasgo lábios, fecho olhos.
Respiração suspensa.
Reflito tudo em vivência.
Dos espaços que me deixei preencher e das brechas que “enfisemaram” meu corpo.
Testemunho a vaga e abrangente loucura insólita,
Que outrora instantaneamente me vesti.
Agora cá estou entre delírios e ousadias,
Alimentando-me de recordações e promessas-alegorias,
Pensando: que sentimentos são estes brincantes em mim?
Que ser me torno, retorno e fixo?
Dentre tanto apotegma,
Maior crueldade seria a não lealdade a minha essência.
E o medo de voltar atrás?
Ganhar não é só seguir em frente.
Certeza também pode ser retornar.
Oposto é aquele a sua frente.
Contra o quê eu me ponho a lutar?
Entre o querer e o fazer, está o decidir.
Decido então!
Decido por não precisar decidir.
Protesto! Em ter em mente métodos, leis, religiões...
Se cada um tem o poder de ser quem somos,
Porque não decidimos por nós?
Porque não escolher apenas o caminho a seguir,
E não entre cada uma dessas metódicas práticas?
Não quero juros taxativos!
Dispo-me agora desses falsos “certos”.
Para aliviar-me marteladas na cabeça pela pressão de um rótulo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma página em Branco sonhando em ser um Livro.


Mão trêmula para praticar o que convém.
Os dedos árduos, fixos, frouxos.
Frígidas articulações.
O sangue viajando peregrino nas veias.
Uma brancura funesta.

Agarra. Segura. Aperta.
... A embreagem, e dá macha ré.

Retrocesso,
Recomeço,
Reconquista,
Renovar,
Resguardar,
Remodelar,
Resposta... Ou a falta dela.

Por fim, escorreu o corretivo de papel em minha vida.
A lauda branca realça o nada que nela consta.
Um borrão de imagens, palavras, cores,
Sempre percorrendo o papel,
Mas sem aderência alguma.
Limpa, virginal, inovada.
Construindo, desvendando, instruindo-se.
Registrando e ilustrando uma nova estória.
Contudo agora, é precisamente possível a escolha,
O ambíguo não me apetece.
Quero capa, verso, reverso, controverso.
Pleno, nítido, ardoroso, impactante.
O simples-complexo da vida.
O agora-novo livro das minhas recordações-presentes.

sábado, 26 de junho de 2010

Estrada da Laranja Essência.


Sinto fogo no frio.
Um frio de corpo, um fogo d’alma.
Aperto os olhos, onde estão minhas pálpebras?
Mantenho-me viva, dormente.
Olhar infinito, desvairado, concedido.
O vento me sopra pensamento, sopro álcool de mim em resposta.
Paro no céu, de infindáveis cores desiguais.
Porque o laranja me chama atenção?
O azul, comum, não me distraí, não me atraí.
O novo, o agora, o que ainda não me aconteceu.
Penso naquele momento...
Aquelas horas...
Com aquele olhar...
Mel escorre dos olhos, arrepia meus sentidos.
Um alento motriz carrega-me à outras estâncias.
Aconchego no peito transformado em vontade.
Vontade minha, sempre atenta.
Faço-me entender, dormir far-me-ei.
Minha mente repousa em agonia.
Inquietude triste valente.
Esperança em nome de quem não coragem teve.
Que instinto foi esse que se apoderou de mim?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Escavo-me um abismo. Pesa-me a cabeça.
Fecho os olhos e me falta o chão.
É só soltar a mão tua, que ouço o eco da solidão rebatido na carne.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Órgão Pulsante Dentro de Mim.



"A Lua deixa a noite clara"...
E todos os meus sentimentos.
Claro (que) como a Lua!
Claro, pois cada músculo, nervo ou veia
pulsa vivamente dentro de mim.

É como um órgão que carrego,
arquejante e indispensável para manter-me viva.
Viva nossa Lua!
Viva essa luz que envolve minha vida,
tornando real e acalorando ao certo o que sinto.

Tudo acendeu hoje em mim.
Uma força, uma luz, uma confiança.
Eu te amo.
Defendo esse amor
com cada gesto, voz e pensamento.
Cada pessoa, momento e deslumbramento.

Quero-te sem fantasia,
com toda poesia e encanto-melodia.
Dorme nos braços meus a ti confiados,
que hoje tua estrela-flor brilha forte em mim.

E quando longe nossos corpos ficarem,
fecha teus olhos e sente a brisa,
será sempre o beijo meu,
que brotei ao vento,
para ti,
amor.

domingo, 9 de maio de 2010

Filha Sua.


Sangue que me sinto. Rosto que me vejo. Vida que me calha.
Te conhecer: Por dentro, pelas bordas, por fora...
Admirar! Amar.
Contar! Com cada membro, tempo, ou pensamento.
Viajar! No mundo, na história, na idade.
Desejo! Ser uma sobra, um grão, um sopro do que te convém.
Saber! Que tenho químicas, nervos, músculos, todos de ti.
Ter! Perto, fora, longe, dentro, hoje, agora, e em todo momento.
Parabenizar! A mim.
Sim, a mim! Pela genitora, amiga, mulher que me pariu para a vida.
Agradecer! Pelos momentos e por esse forno pré-aquecido que tenho de ti.
Do amor, com amor e por amor.
Apá, filha sua.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Castelo de Areia.


C. – “Porque está me soprando de novo?”
M. –
“Não sou eu, é o vento.”
C. – “Porque você não se desmancha como eu?”
M. – “Porque não sou de areia. Agora tenho que ir...”
C. – “Você não pode me deixar só. Tudo isso é culpa sua!”
M. – “Eu tava só brincando, e...”
C. – “Minha vida não é brincadeira!”
M. – “Mas foi pra isso que te fiz. Para brincar...!
C. – “Você me fez?”

ps.: Parte do texto infantil "Castelo de Areia". Criado por mim, apartir de uma exercício de pesquisa em 2009.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Corretivo de papel na vida.


Procuro-me.
Estou só.
Não no intento da “não existência ao meu redor”, não.
Digo de conforto, de agora, de momento.
Falo de coração, pulmão, sentimento.
Crio uma sensação de asma dentro de mim.
O ar de sobra, o minuto prolonga, os pensamentos circulam.
Sobe uma anestesia, uma agonia, anorexia.
Escavo-me, busco-me, caço-me...
Tudo a mim, porém, não para mim.
Seria possível viver outra vida que não fosse minha?
Seria notória a falta da raiz?
Nesse momento sou folha, fruto.
Meu caule cresceu, enrijeceu d’uma madeira oca.
Outro conteúdo visto dentro;
Na folha que já não está em branco,
Lê-se uma história, que não a minha.
Eu escolhi. Entre tantas outras. Escolhi. Histórias. Esta.
Que tivesse escolhido, escrito, torcido, participado,
Nunca vivido.
Não! Intensamente.
Não! Tomando para si.
Não! Com causa e direito.
Não! Apenas isso. Não!
Corretivo de papel na vida.
Apagando, começando, desvendando. Sendo eu.
Volto à folha, ao branco, à raiz, à matriz.
Regresso ao tempo, ao pensamento, aos momentos.
Aqui, hoje e agora, volto.
E ao nascer, berro no meu primeiro choro.
Procura-me sem demora,
Que ao me achar me perderei para o sempre.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

um Dois-Mil-e-Doze por Doses!


Dia vazio.
Cheio de arrepio,
Pensamento,
Preguiça e má vontade.

Como secar um dia comum sem pesar?
Viver intensamente?
Pensar que de repente não terei o mais tarde?
Como se o mundo fosse revogar...
Um dois-mil-e-doze por doses!

Que arcano é esse que rodeia minha vida?
Quando eu saberei se vivo os minutos ou as horas?
Temo que aproveito de menos,
Justifico aproveitando demais.

Mas o que seria o aproveitar da questão?
Não fazer nada sempre é fazer alguma coisa.
E porque não “essa coisa” não é no momento o que eu preciso?
Isso seria aproveitar, isso seria viver, isso seria ter vontade.

Vivo na vontade e à vontade.
A minha! E a tua, porque não...?
Todos a temos.
Usá-la-ei ao meu favor.
Por favor, sem favor.
Apenas por usar, por matá-la!

Não quero cuidá-la a doses homeopáticas,
Quero tirar as cicatrizes da vontade de mim.
Sendo assim, arremato:
- Os dias são cheios de recheios. Você que escolhe: azedo ou doce, salgado ou não.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Na Mentira e na Veracidade:

(Ao dia de hoje)


Mentir.
- verbo que conjugo ao meu favor hoje -
Mentira!
- expressa o que indago neste dia -
Minto: “não sinto!”
Ou será que sinto o que eu minto?
Não sei.Poderia jurar como qualquer um,
Poderia usar esse dia a minha mercê,
Poderia trapacear, brincar, esconder,
Poderia tanta coisa ao meu querer,
Mentindo...
Digo: “mentirei.”
Mentindo que o céu está luminoso agora,
Que não há chuva lá fora.
Dizendo que não há amor no mundo,
Querendo um sono profundo,
Pois nada no mundo me alegra agora.
Mentira!
Por mais chuva que caia do céu,
Por mais sol que se esconda p’ra mim,
Tenho um alento maior que me alimenta,
Uma força motriz que avante cresce,
O amor das minhas preces.
Que fortifica, permeia e saúda,
Hoje eu bebo a vossa custa,
Esse farvo que adocica meu dia,
Que aquieta minha agonia.
Hoje brindo com euforia,
Na mentira e na veracidade:
“Tenho amor!”, eu diria.
E hoje vivo, com felicidade.

terça-feira, 30 de março de 2010

Aquela que carregava uma flor como se levasse um guarda-chuva.

Contanto o Conto da Menina de 100anos.


Dia de luto. Enquanto andava de baixo da chuva, no caminhar peculiar de velório, só passava na sua cabeça, a última viagem que fez com sua mãe. Na qual suportou a maior parte emburrada, o “programa família”, enquanto seus amigos se divertiam na praia. Se soubesse que dias após iria perdê-la p’ra sempre, talvez ela conseguisse deixar o rosto mais seco que as flores que carregava junto ao corpo, como um lamento desleixado.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Aquela que fuma um cigarro manchado de batom.

Contanto o Conto da Menina de 100anos.

Acordava p'ra fumar e bebia p'ra dormir. Era assim a sua juventude. Após anos fora de casa, não tinha nada de sólido na vida. As vezes os malabares no sinal não davam o esperado, ou desejava ter mais do que conseguia. Se vendia. Não que ela tenha se tornado uma garota de programa, apenas escolhia a carteira mais recheada da mesa, p'ra pagar sua conta e quem sabe ganhava alguns presentes numa cama macia de lençol de seda(?).

segunda-feira, 1 de março de 2010

Aquela triste, abrindo uma bala chita.


Contanto o conto da Menina de 100anos.

Festa. Era dia de festa! Crianças correndo, balões estourando, mães gritando, meninos caindo, doces pelo chão... Nada. Vazio. Silêncio. Assim eram seus aniversários. Tinha chamado todos da classe. Todos da rua. Todos da família. Ninguém. Mesmo sem começar, seu aniversário terminou. Sozinha, sentada na calçada comendo seus doces intactos, pensou em coisas a desejar. Sopraria a vela solitária e pediria. Era isso! Mas... Nada. Ou melhor, tudo. Tudo vinha a sua mente. Era tanta coisa que queria mudar em sua vida, que desejou apenas não precisar desejar nada.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Aquela que carrega o peixe como se fosse o jornal.



Contanto o conto da Menina de 100anos.

Seu cão fora desamparado no interior no qual morava. A causa? O progresso. A cobiça tomou conta de seus pais. Mudou-se para a cidade. Abdicou com ele toda a sua satisfação por pequenos momentos. Deixara o seu interior com todos os sentimentos e fantasias. Acreditava que ele seria seu último amor, e o primeiro a abandoná-la. Seu pai lhe deu um peixe para substituir seu cão, era mais apropriado em apartamento. Mas já tinha perdido a esperança de ter algo pra sempre.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Menina e seu Cão.

Contando o Conto da Menina de 100anos.

Uma pequena menina. Sentada no segundo degrau da sua casa. Os pés descalços, o pensamento na terra. Um sorriso estampado no rosto. Soprou uma brisa que arrepiou seus cabelos soltos. Está toda suja. Com doces nos dedos e lama pelo corpo, tinha rolado no chão a tarde toda. Seria talvez, o dia mais feliz de sua vida. Ao amanhecer saiu pra brincar na rua, e encontrou um filhote. Voltou pra casa entusiasmada. Os pais a deixaram cuidar do cachorro. Ficaram horas de brincadeira, o tempo parara. Estava tudo bem, nada passava na cabeça. Não existia nem o ontem e nem o amanhã. O hoje tinha sido bom. Ela desejou pela primeira vez na vida. Desejou ser assim pra sempre. Mas não era seu aniversário. Escolheu guardar esse desejo, algo dentro dela sabia que um dia iria precisar. E que seria neste momento que ela saberia o que é ser feliz.
.
ps.: Como falado na postagem anterior, estarei postando aqui "O Conto da Menina de 100 anos", que fiz como contra-texto para uma cena-experimento. Baseado no texto "Mulheres" do livro "Alguns Leões Falam" de Anderson Aníbal; Nas próximas postagens, colocarei por pedaços o resto do corpo do texto e as várias mulheres-passado-futuro dessa menina.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Conto o conto.

A Menina de 100anos.


Uma pequena menina. Cujo rosto não revela o conteúdo. Tranqüila, esperta e madura. Com um mundo nos pensamentos e um novo a desvendar. Ela teve sua segunda chance. Como é possível, uma criança com 100 anos?
Influenciada pelo realismo fantástico de Gabriel García Márquez, consegui juntar todas essas mulheres em uma só. Tornando assim possível, uma senhora aos 100 anos, sem ter usado nenhum desejo de aniversário, juntar todos em um único: “voltar a alguma etapa de sua vida”.
Sem saber ao certo, qual a etapa deseja retornar, ela vai revivendo alguns momentos que passou e as mulheres que já foi. Com isso, percebe que de tudo que viveu, que os momentos que ela mais deu atenção, eram os que estavam perdidos dentro dela. Os que considerou mais banais. Nada daquilo refletia hoje em sua vida. Nem parecia fazer parte dela. Ela entendeu que deixou a vida passar, e não aproveitou os mínimos detalhes.
Então, resolve voltar à época em que tudo era simples, desejava recomeçar. Com apenas uma coisa que refletia até hoje: ela menina, e seu cão.


ps.: Introdução-explicação do contra-texto que fiz para uma cena-experimento. Baseado no texto "Mulheres" do livro "Alguns Leões Falam" de Anderson Aníbal; Nas próximas postagens, colocarei por pedaços o corpo do texto e as várias mulheres-passado-futuro dessa menina.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

um Arrepio que vem da Nuca (!)

Um frio, um fogo.
Uma vontade, uma agonia.
Uma força, uma paralisia.

Que vem de um extremo e se espalha,
tomando conta de todo o meu corpo.
Deixando só meu coração pulsar.

E essa energia que transcende em mim,
vem do melhor lugar que poderia vim.
Causando a melhor sensação que poderei sentir.
Desejando não a perder por nem um minuto se quer.
Porque até os segundos fazem-me falta quando o assunto é você.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vivendo Ontem, o Amanhã-Hoje.


Hoje,
como quase nunca, esperei os segundos, contei os minutos, supliquei as horas.
Hoje,
caminhei pelo tempo, cultivei pensamentos, sofri a saudade.
Hoje,
o sol nasceu dormindo, a lua chegou atrasada.
Hoje,
o dia foi incolor, me faltou um brilho dourado numa pele negra - pra alegrar meus olhos, rasgar um sorriso, procurar meu ar.
Hoje,
não mais que hoje, não menos que ontem, sonhando o amanhã. - acalmo meu coração, acalento minh'alma, transbordo desejo.
Amanhã?
Terei esse mesmo deja vú, que me pertuba sempre em tua ausência, amanhã.
Ah, amanhã!
Viverei tudo isso de novo, mas com a inocência de esperar por um novo amanhã, onde minh'alma encontra a sua.
E sonhando sempre com a lua, estou com você.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Motricidade Ébria


Pingos me cortam a face.

Dois corpos contra o meu.

Um arrepio que vem da nuca.

Sinto gosto de chuva.

Os olhos me ardem.

As pernas tremem.

A boca rasga.

Os dedos duros, fixos.

Uma estrada sem fim.

Uma noite que chega ao fim.


ps.: uma certa experiência na (nada calada) noite de 24 de maio de 2009.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Amor, destinada saudade.

Passei a acreditar em destino, saudade e amor.
Que um lugar, vira sagrado. Uma pessoa, desejo.

Meu samba parou, e acendi um cigarro.
O risco e o desconhecido transmutou encanto e vontade.
A conversa, criou sensações. Um grupo, tornou-me familiar.
Tinha a cerveja como um antídoto da alma.
O desprendimento, me fez sem resposta, tornou-me outra.
Virei uma página em branco sonhando em ser um livro.

Almas comemoram encontros assim, á'vidas.
Corpos, brindam esse encontro a cada dia.


Ps.: essa imagem ilustra perfeitamente o que venho aqui a dizer, uma chama acesa, uma brasa vermelho-viva. Não uso desta (de maneira alguma aqui), como apologia ao cigarro.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Noite com F(r)ases


Quando tudo se faz escuro.
Lá no sono mais profundo.
Os pensamentos se desprendem.
Os sentimentos vêm à tona.
Tenho emoções à flor da pele.
Minhas energias se consomem, revigoram.
As luzes tentam manterem-se acesas.
Perturbam-se os barulhos.
Sou acompanhada de criaturas.
Vivo a procura de algo.
O relógio é apenas um acessório.
As horas tiram um cochilo.
Minhas batidas viram o compasso das horas que me movem.
Sobram tantas coisas.
Faltam tantas outras.
Tudo me faz lembrar.
Um mundo a se procurar.
Escavo-me um abismo.
Sonho com os raios do dia chegando p'ra fazer seu milagre.
Congelo o tempo.
Lembro com saudade.
O que me mantém acordada?
O que me faz dormir?
Desejo a Lua para todo meu sempre.
Imploro que apenas hoje, o sol não venha.
Quero a luz, quero a Lua.
Disfarço-me entre estrelas, mas só uma me chama atenção.
Sonho acordada.
Dormir muda um ciclo, um sonho, o dia.
-Acordar significa amanhã-
Outro dia, outra história, o começo.
Faço birra, vejo pirraça, caiu na graça.
Dançar, beber, chorar, sorrir, comer.
(Verbos surdos)
Meu corpo tem movimento próprio.
Meus olhos querem fugir de órbita.
Meus pensamentos me testam.
Quase nunca consigo controlar meu pulso, meus músculos.
Tenho um gosto entorpecente na boca.
Um trem dentro de mim.
Freneticamente rígida.
Converso com o vento.
Distribuo pensamentos.
Aprecio cada momento.
Vivo no meu tempo.
Sempre soube que a noite é mais um fim.
Mas é pelo fim que eu começo.
ps.: Foto de um dia especial com uma Lua mais que especial.