sábado, 28 de agosto de 2010

Sumo de Mim.


Brota um riso frouxo de mim. Coração pesa-me no peito. Bate com o derradeiro arquejo. Extenuado, ausente. Sobe uma fervura que me alerta os sentidos. Meu pulso ecoa. Sinto cada pêlo arrepiar. Cada gota secar. Deixando-me d'olhos sugados. Meu sangue borbulha, desvendando pedaços de mim. Espalha-se entre veias. Vaso acumulando nos membros. Percorrendo sensações. Asmático corpo! Respiração suspensa. Meu corpo d'alma lenta. Anestesia nos nervos. Minha atmosfera conspira fora do ritmo. Minha'lma fica fora do andamento. Sou eu que estou fora do tempo, ou tempo está fora de mim? Quietude do corpo. Agonia da idéia. Sugada água. Boca seca. Olhar míope de rubros tons. Vou desvendando meu vazio. Refresca meus órgãos, e registra na mente. Perco o foco no olhar do pensamento. Frio gélido na espinha. Perco forças. Visão turva luta para manter-se focada. Deslembro da palavra. Quando encontro um movimento, facilmente o controle torna-se dele. Repetitivo e constante. Fica difícil lembrar de parar depois do começo. Deslembro sons. Frígida e irreal! Relutância da alma. Amedrontada, arrependida. Saliva salgada sedenta, de realidade.

Um comentário:

  1. Você me faz lembrar Clarice Lispector e os seus instantes-já. Tão fugidios, tão eternos...

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