quinta-feira, 29 de julho de 2010

.Instantânea Insanidade Insólita

Quando sinto que estou a ser preparada,
Atassalho boca, rasgo lábios, fecho olhos.
Respiração suspensa.
Reflito tudo em vivência.
Dos espaços que me deixei preencher e das brechas que “enfisemaram” meu corpo.
Testemunho a vaga e abrangente loucura insólita,
Que outrora instantaneamente me vesti.
Agora cá estou entre delírios e ousadias,
Alimentando-me de recordações e promessas-alegorias,
Pensando: que sentimentos são estes brincantes em mim?
Que ser me torno, retorno e fixo?
Dentre tanto apotegma,
Maior crueldade seria a não lealdade a minha essência.
E o medo de voltar atrás?
Ganhar não é só seguir em frente.
Certeza também pode ser retornar.
Oposto é aquele a sua frente.
Contra o quê eu me ponho a lutar?
Entre o querer e o fazer, está o decidir.
Decido então!
Decido por não precisar decidir.
Protesto! Em ter em mente métodos, leis, religiões...
Se cada um tem o poder de ser quem somos,
Porque não decidimos por nós?
Porque não escolher apenas o caminho a seguir,
E não entre cada uma dessas metódicas práticas?
Não quero juros taxativos!
Dispo-me agora desses falsos “certos”.
Para aliviar-me marteladas na cabeça pela pressão de um rótulo.

3 comentários:

  1. "Maior crueldade seria a não lealdade a minha essência"

    isso mecheu tanto comigo...

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  2. Sim, um manifesto. Mas é também rajada de vento, é tempo-partido, é quebra-mar, é a Procura; Procura sem-fim de algo que já se possui sem saber. Tua Poesia é latente, é feito fogo que arde e queima quem lê e, mesmo assim, não se consegue tirar os olhos da chama.

    Gostei muito.

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