sábado, 26 de junho de 2010

Estrada da Laranja Essência.


Sinto fogo no frio.
Um frio de corpo, um fogo d’alma.
Aperto os olhos, onde estão minhas pálpebras?
Mantenho-me viva, dormente.
Olhar infinito, desvairado, concedido.
O vento me sopra pensamento, sopro álcool de mim em resposta.
Paro no céu, de infindáveis cores desiguais.
Porque o laranja me chama atenção?
O azul, comum, não me distraí, não me atraí.
O novo, o agora, o que ainda não me aconteceu.
Penso naquele momento...
Aquelas horas...
Com aquele olhar...
Mel escorre dos olhos, arrepia meus sentidos.
Um alento motriz carrega-me à outras estâncias.
Aconchego no peito transformado em vontade.
Vontade minha, sempre atenta.
Faço-me entender, dormir far-me-ei.
Minha mente repousa em agonia.
Inquietude triste valente.
Esperança em nome de quem não coragem teve.
Que instinto foi esse que se apoderou de mim?

5 comentários:

  1. Sabe aquele título que chama atenção de cara? Sabe quando o texto já começa com uma frase que instiga sua leitura completa?!

    E eu ouvi tua voz em cada frase. Você se encontra nas palavras, isso é notável e ótimo!
    O laranja chama atenção porque é o que faz lembrar do despertar do fogo d'alma, pois não...!
    Se tiver de ser, que você prova do mel dos olhos e escreva outras e novas linhas.

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  2. essa pena com que escreves
    tem cheiro de manhã saudosa
    da madrugada garoada
    onde os sonhos tomaram vez
    e a imaginação abriu portas

    tem gosto de restinho de viagem
    quase retornando à casa
    transformando o ponto de partida
    sempre no ponto de despedida
    e conservando perto de si
    o que se vai deixando no caminho

    assim, sempre guardamos um pouco do que passou
    pra consultar nos momentos poéticos
    saudosamente dilatados
    ocasião sublime
    em que o fato e a análise
    tomam conta de nossas cabeças
    e viram o nankin que alimenta a pluma querida.

    tuas palavras trazem nos pés a terra por onde passaste em caminhada...
    e que bela caminhada

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  3. amiga,
    laranja é a cor da fome, da sede, da ânsia.
    é o teu momento.
    só toma cuidado pra não se devorar...

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  4. Nem fogo, nem frio.
    Indecisão.
    Foi isso que te consumiu.

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  5. A menina dos olhos de mel de engenho não pode deixar o mel escorrer.

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