quinta-feira, 29 de julho de 2010

.Instantânea Insanidade Insólita

Quando sinto que estou a ser preparada,
Atassalho boca, rasgo lábios, fecho olhos.
Respiração suspensa.
Reflito tudo em vivência.
Dos espaços que me deixei preencher e das brechas que “enfisemaram” meu corpo.
Testemunho a vaga e abrangente loucura insólita,
Que outrora instantaneamente me vesti.
Agora cá estou entre delírios e ousadias,
Alimentando-me de recordações e promessas-alegorias,
Pensando: que sentimentos são estes brincantes em mim?
Que ser me torno, retorno e fixo?
Dentre tanto apotegma,
Maior crueldade seria a não lealdade a minha essência.
E o medo de voltar atrás?
Ganhar não é só seguir em frente.
Certeza também pode ser retornar.
Oposto é aquele a sua frente.
Contra o quê eu me ponho a lutar?
Entre o querer e o fazer, está o decidir.
Decido então!
Decido por não precisar decidir.
Protesto! Em ter em mente métodos, leis, religiões...
Se cada um tem o poder de ser quem somos,
Porque não decidimos por nós?
Porque não escolher apenas o caminho a seguir,
E não entre cada uma dessas metódicas práticas?
Não quero juros taxativos!
Dispo-me agora desses falsos “certos”.
Para aliviar-me marteladas na cabeça pela pressão de um rótulo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma página em Branco sonhando em ser um Livro.


Mão trêmula para praticar o que convém.
Os dedos árduos, fixos, frouxos.
Frígidas articulações.
O sangue viajando peregrino nas veias.
Uma brancura funesta.

Agarra. Segura. Aperta.
... A embreagem, e dá macha ré.

Retrocesso,
Recomeço,
Reconquista,
Renovar,
Resguardar,
Remodelar,
Resposta... Ou a falta dela.

Por fim, escorreu o corretivo de papel em minha vida.
A lauda branca realça o nada que nela consta.
Um borrão de imagens, palavras, cores,
Sempre percorrendo o papel,
Mas sem aderência alguma.
Limpa, virginal, inovada.
Construindo, desvendando, instruindo-se.
Registrando e ilustrando uma nova estória.
Contudo agora, é precisamente possível a escolha,
O ambíguo não me apetece.
Quero capa, verso, reverso, controverso.
Pleno, nítido, ardoroso, impactante.
O simples-complexo da vida.
O agora-novo livro das minhas recordações-presentes.