quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Aquela que carrega o peixe como se fosse o jornal.



Contanto o conto da Menina de 100anos.

Seu cão fora desamparado no interior no qual morava. A causa? O progresso. A cobiça tomou conta de seus pais. Mudou-se para a cidade. Abdicou com ele toda a sua satisfação por pequenos momentos. Deixara o seu interior com todos os sentimentos e fantasias. Acreditava que ele seria seu último amor, e o primeiro a abandoná-la. Seu pai lhe deu um peixe para substituir seu cão, era mais apropriado em apartamento. Mas já tinha perdido a esperança de ter algo pra sempre.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Menina e seu Cão.

Contando o Conto da Menina de 100anos.

Uma pequena menina. Sentada no segundo degrau da sua casa. Os pés descalços, o pensamento na terra. Um sorriso estampado no rosto. Soprou uma brisa que arrepiou seus cabelos soltos. Está toda suja. Com doces nos dedos e lama pelo corpo, tinha rolado no chão a tarde toda. Seria talvez, o dia mais feliz de sua vida. Ao amanhecer saiu pra brincar na rua, e encontrou um filhote. Voltou pra casa entusiasmada. Os pais a deixaram cuidar do cachorro. Ficaram horas de brincadeira, o tempo parara. Estava tudo bem, nada passava na cabeça. Não existia nem o ontem e nem o amanhã. O hoje tinha sido bom. Ela desejou pela primeira vez na vida. Desejou ser assim pra sempre. Mas não era seu aniversário. Escolheu guardar esse desejo, algo dentro dela sabia que um dia iria precisar. E que seria neste momento que ela saberia o que é ser feliz.
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ps.: Como falado na postagem anterior, estarei postando aqui "O Conto da Menina de 100 anos", que fiz como contra-texto para uma cena-experimento. Baseado no texto "Mulheres" do livro "Alguns Leões Falam" de Anderson Aníbal; Nas próximas postagens, colocarei por pedaços o resto do corpo do texto e as várias mulheres-passado-futuro dessa menina.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Conto o conto.

A Menina de 100anos.


Uma pequena menina. Cujo rosto não revela o conteúdo. Tranqüila, esperta e madura. Com um mundo nos pensamentos e um novo a desvendar. Ela teve sua segunda chance. Como é possível, uma criança com 100 anos?
Influenciada pelo realismo fantástico de Gabriel García Márquez, consegui juntar todas essas mulheres em uma só. Tornando assim possível, uma senhora aos 100 anos, sem ter usado nenhum desejo de aniversário, juntar todos em um único: “voltar a alguma etapa de sua vida”.
Sem saber ao certo, qual a etapa deseja retornar, ela vai revivendo alguns momentos que passou e as mulheres que já foi. Com isso, percebe que de tudo que viveu, que os momentos que ela mais deu atenção, eram os que estavam perdidos dentro dela. Os que considerou mais banais. Nada daquilo refletia hoje em sua vida. Nem parecia fazer parte dela. Ela entendeu que deixou a vida passar, e não aproveitou os mínimos detalhes.
Então, resolve voltar à época em que tudo era simples, desejava recomeçar. Com apenas uma coisa que refletia até hoje: ela menina, e seu cão.


ps.: Introdução-explicação do contra-texto que fiz para uma cena-experimento. Baseado no texto "Mulheres" do livro "Alguns Leões Falam" de Anderson Aníbal; Nas próximas postagens, colocarei por pedaços o corpo do texto e as várias mulheres-passado-futuro dessa menina.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

um Arrepio que vem da Nuca (!)

Um frio, um fogo.
Uma vontade, uma agonia.
Uma força, uma paralisia.

Que vem de um extremo e se espalha,
tomando conta de todo o meu corpo.
Deixando só meu coração pulsar.

E essa energia que transcende em mim,
vem do melhor lugar que poderia vim.
Causando a melhor sensação que poderei sentir.
Desejando não a perder por nem um minuto se quer.
Porque até os segundos fazem-me falta quando o assunto é você.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vivendo Ontem, o Amanhã-Hoje.


Hoje,
como quase nunca, esperei os segundos, contei os minutos, supliquei as horas.
Hoje,
caminhei pelo tempo, cultivei pensamentos, sofri a saudade.
Hoje,
o sol nasceu dormindo, a lua chegou atrasada.
Hoje,
o dia foi incolor, me faltou um brilho dourado numa pele negra - pra alegrar meus olhos, rasgar um sorriso, procurar meu ar.
Hoje,
não mais que hoje, não menos que ontem, sonhando o amanhã. - acalmo meu coração, acalento minh'alma, transbordo desejo.
Amanhã?
Terei esse mesmo deja vú, que me pertuba sempre em tua ausência, amanhã.
Ah, amanhã!
Viverei tudo isso de novo, mas com a inocência de esperar por um novo amanhã, onde minh'alma encontra a sua.
E sonhando sempre com a lua, estou com você.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Motricidade Ébria


Pingos me cortam a face.

Dois corpos contra o meu.

Um arrepio que vem da nuca.

Sinto gosto de chuva.

Os olhos me ardem.

As pernas tremem.

A boca rasga.

Os dedos duros, fixos.

Uma estrada sem fim.

Uma noite que chega ao fim.


ps.: uma certa experiência na (nada calada) noite de 24 de maio de 2009.